terça-feira, 5 de outubro de 2010

Sequestros emocionais adolescentes


Namorava um rapaz  que foi meu primeiro amor. Estávamos no calçadão e fiquei com vontade de tomar leite com Nescau (que eu adorava e gosto até hoje), subimos para a minha casa e quando fui procurar o Nescau não tinha. Em um ataque adolescente briguei com a minha mãe, com meu namorado e o mandei embora. Entrei para o meu quarto chorei, chorei, chorei e chorei. Como se não ter Nescau fosse o fim do mundo... Coisas da aborrecência... E então a razão se fez presente e vi o quanto meu comportamento tinha sido inadequado... Pensei... O Ro deve ter ido embora e minha mãe deve estar com raiva de mim, com razão... Onde já se viu tamanho escândalo por causa de um Nescau?? Saí do quarto disposta a pedir desculpas e foi quando tive uma surpresa. Assim que saí minha mãe me deu um abraço e me perguntou se eu tinha melhorado. Meu namorado estava sentado no sofá me esperando e também me abraçou e aí chorei ainda mais... Descobri neste dia que revidar raiva com raiva só traz mal estar, que  o antídoto para a agressividade é mesmo o amor, a compaixão, a compreensão.

Ficar ou namorar?


Eu estava começando a sair, passear com as amigas e uma garota da cidade tinha beijado um rapaz sem estar namorando. Eu e uma amiga estávamos conversando e falando dela, que ela era uma vassourinha, como podia fazer uma coisa destas... Beijar sem estar namorando... Falamos até e condenamos o comportamento da garota... Passados seis meses beijei um garoto sem estar namorando e logo a seguir me lembrei de que estava agindo de acordo com o que tinha condenado anteriormente. Neste dia aprendi a não julgar as pessoas e muito menos condená-las.

Primeira melhor amiga


Um dia eu e  minha melhor amiga Valéria (que é até hoje) estávamos voltando da escola brincando de empurrar uma a outra. Eu a empurrava e ela me empurrava... Muito divertida a brincadeira. Passamos por dentro do jardim da igreja e nesse vai e vem ela me empurrava e eu a empurrava e o acidente aconteceu... Ela caiu e fez um corte profundo no tornozelo... Lembro como se fosse hoje dela dizendo... – Vai ficar cicatriz, vai ficar cicatriz... E ela tinha razão... Ficou cicatriz mesmo... Aprendi várias coisas neste momento... A primeira delas foi que algumas coisas, apesar de divertidas, não são adequadas... A segunda e mais significativa foi que me sentir culpada não fazia a dor do corte desaparecer, nem evitava a cicatriz... Eu fui culpada pelo corte? Nós estávamos brincando juntas, se tivesse sido eu a machucada ela seria culpada? Nós duas fomos responsáveis... Mas eu tive a minha grande parcela no machucado. Lembro de assumir isso, pedir desculpas e fomos pedir ajuda para curar o ferimento. E eu aprendi a assumir sempre a minha parcela de responsabilidade.